domingo, 3 de abril de 2011

Deus permite a dor?

As tragédias naturais como o tsunami do Japão, que matou quase 2 mil pessoas, o terremoto do Haiti, os desabamentos de Angra dos Reis e até mesmo a revolta arábe oferecem reflexões profundas envolvendo o homem neste mundo. Alguns logo querem colocar a culpa em Deus: “Se Deus existe e é bom não permitiria essas catástrofes… mas, se Deus não pode impedir as catástrofes, então, não tem poder, logo não é Deus, então, não existe…”.

Deus existe, é inegável. Sem Ele nada existiria. Deus não fala, mas tudo fala de Deus; basta olhar para dentro ou para fora de nós mesmos. De onde viemos? De onde surgiu a fabulosa matéria e energia descomunal que deram origem ao Big Bang? O que estava atrás do “Muro de Planck”? Quem conduziu toda essa evolução até chegar ao homem? Os físicos modernos não têm resposta para isso. A explicação para este mundo e para a nossa vida transcende o natural, está no sobrenatural.


Tsunami que atingiu o Japão no começo deste ano


E ai vem a pergunta de sempre: então, porque o mal existe? Por que as catástrofes acontecem? A primeira resposta é essa: Deus fez tudo bem e para o bem, para o amor; pois Ele é amor. Nele não há sombra de mal, de erro, de impotência e de imperfeição, senão não seria Deus. Ele não pode fazer o mal e enviar o mal a alguém. Então, de onde vêm o mal? Deus criou o nosso planeta e nele colocou o homem. Dotou-o de inteligência, memória, liberdade, vontade, consciência, sensibilidade; isto é, o criou da melhor maneira possível, “à sua imagem e semelhança”. Santo Irineu (†200) disse que “o homem é a glória de Deus”. O maior dom que Deus deu ao homem – e a mais nenhum outro ser na terra – foi a liberdade; e ai está a sua grandeza.

Mas o homem e a mulher disseram “não” a Deus, pecaram, romperam a ordem divina; não aceitaram a bela situação de criaturas, “quiseram ser como deus”. O pecado e a morte entraram no mundo e na história da humanidade. São Paulo revela tudo isso numa frase: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Este “pecado” é o somatório de todos os pecados dos homens; do primeiro casal humano até os nossos. E a natureza também foi afetada pelo pecado dos homens, tanto assim que o Profeta Isaias mostra bem que na restauração messiânica, “o lobo morará com o cordeiro e o leopardo se deitará com o cabrito… O leão se alimentará de forragem com o boi… a criança pequena colocará a mão na toca da víbora” (Is 11, 5-9).

A terra é uma criatura de Deus, e como toda criatura é imperfeita, tem os seus males. Só Deus é perfeito. O mundo visível foi criado com belas e perfeitas leis que o sustentam. E Deus não fica interferindo na vida da terra, contrariando as próprias leis que Ele estabeleceu para manter a ordem do universo. Sem essas leis o planeta não existiria. Se alguém saltar ou for jogado do décimo andar de um prédio, Deus não vai suspender a lei da gravidade para aquele corpo em queda livre, porque Ele respeita a criação que estabeleceu. Deus é responsável; é Pai, mas não paternalista. Ele nos deu inteligência e meios de dominar a natureza, ou ao menos fugir de seus males, uma vez que ela também foi e é afetada pelo pecado do homem, de ontem e de hoje. Se houvesse amor, mais cooperação internacional, mais respeito com todos os seres humanos, muitas tragédias seriam evitadas.

Mas, Deus prometeu que “haverá novos céus e nova terra”, sem os males que conhecemos. O Senhor mesmo enxugará nossas lágrimas. Tudo isso significa exatamente que quando todo pecado for arrancado do mundo, então, não haverá mais lágrimas, mortes, conflitos e catástrofes. “Deus será tudo em todos”. Deus deu inteligência e meios para o homem viver bem neste belo planeta. No entanto, pelo pecado do ateísmo, da ganância, do orgulho, da inveja, da preguiça, do ódio, da falta de amor, o homem causa a desgraça na terra.
Quando o pecado desaparecer por completo, as tragédias naturais também cessarão. Além das catástrofes naturais que matam às vezes milhares, que poderiam ser salvos, não se esqueça das guerras que ceifam milhões de vida; há catástrofes piores? Foram 10 milhões na Primeira Guerra, 50 milhões na Segunda, 20 milhões vitimas da loucura do nazismo e 100 milhões vítimas do comunismo ateu. Que culpa Deus tem disso? Isto poderia ter sido evitado. Quem pode então levantar o dedo contra Deus?
 

Crianças presas em campos de concentração durante o regime nazista


As catástrofes não são castigos de Deus para fazer sofrer apenas, pois um bom Pai, que é Amor, não trata assim seus filhos. O bom pai castiga seus filhos para educá-los, por amor. Mas é justo perguntar se o homem tem buscado Sua ajuda e proteção. A Igreja nos recomenda se refugiar debaixo da proteção de Deus, da Virgem Maria, dos Santos e dos Anjos, contra os males deste mundo e do demônio. Mas será que o homem moderno têm feito isso? Deus não pode obrigar o homem a se abrigar forçosamente debaixo de sua proteção.

O que temos visto? O homem de costas para Deus, violando tristemente suas leis, praticando o aborto, matando embriões que são vidas humanas, praticando a eutanásia, a guerra, o desamor, a corrupção deslavada, a politicagem suja, a pornografia por todos os meios… Como um mundo assim pode ter a proteção de Deus? O homem está expulsando Deus da terra; até os seus sinais sagrados estão sendo agora proibidos. Como podemos assim ter a Sua proteção? Como disse o Papa Bento XVI, “o homem construiu um mundo que não tem mais lugar para Deus”. Deus não é obrigado a dar a sua proteção a um mundo que o rejeita, ofende, calca os pés às Suas Santas leis. São Paulo disse: “Não vos iludais, de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá” (Gl 6,7). Voltemos para Deus, de todo coração, e teremos a Sua proteção.

Fonte: Professor Felipe Aquino

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